segunda-feira, 2 de agosto de 2010

O amor e a loucura...

"Contam que uma vez todos os sentimentos e qualidades dos homens se reuniram em um lugar da terra. Quando o aborrecimento havia reclamado pela terceira vez, a loucura, como sempre tão louca, lhes propôs:

- Vamos brincar de esconde-esconde?

A intriga levantou a sobrancelha intrigada e a curiosidade, sem poder conter-se, perguntou:

- Esconde-esconde? Como é isso?

- É um jogo, explicou a loucura, em que eu fecho os olhos e começo a contar de um a um milhão enquanto vocês se escondem. Quando eu tiver terminado de contar, o primeiro de vocês que eu encontrar ocupara meu lugar para continuar o jogo, da próxima vez que a gente jogar.

O entusiasmo dançou seguido pela euforia.

A alegria deu tantos saltos que acabou por convencer a dúvida e até mesmo a apatia, que nunca se interessava por nada. Mas nem todos quiseram participar:
A verdade preferiu não esconder-se. Para quê, se no final todos a encontravam? A soberba opinou que era um jogo muito tonto (no fundo, o que a incomodava era que a ideia não tivesse sido dela) e a covardia preferiu não arriscar-se.

- Um, dois, três, quatro - Começou a contar a loucura.

A primeira a esconder-se foi a pressa, que, como sempre, caiu atrás da primeira pedra do caminho. A fé subiu ao céu e a inveja se escondeu atrás da sombra do triunfo, que com seu próprio esforço tinha conseguido subir na copa da árvore mais alta.

A generosidade quase não conseguia esconder-se pois, cada local que encontrava, lhe parecia maravilhoso para algum de seus amigos:
Se era um lago cristalino, ideal para a beleza; se era a copa de uma árvore, perfeito para a timidez; se era o vão de uma borboleta, o melhor para a volúpia. Se era uma rajada de vento, magnífico para a liberdade. E assim acabou escondendo-se em um raio de sol.

O egoísmo, ao contrário, encontrou um local muito bom desde o início. Ventilado, cômodo, mas apenas para ele.

A mentira escondeu-se no fundo do oceano (mentira, na realidade, escondeu-se atrás do arco-íris) e a paixão e o desejo, no centro dos vulcões. O esquecimento, não recordo-me onde se escondeu, mas isso não é o mais importante.

Quando a loucura estava lá pelo 999.999, o amor ainda não havia encontrado um local para esconder-se, pois todos já estavam ocupados, até que encontrou um roseiral e, carinhosamente, decidiu esconder-se entre suas flores.

- Um milhão! Contou a loucura e começou a busca.

A primeira a aparecer foi a pressa apenas há três passos, atrás de uma pedra. Depois, escutou a fé conversando com Deus, no céu. Sentiu vibrar a paixão e o desejo nos vulcões.

Em um descuido, encontrou a inveja e claro, pode deduzir onde estava o triunfo. O egoísmo, não teve nem que procurá-lo. Ele sozinho saiu disparado de seu esconderijo que na verdade era um ninho de vespas.

De tanto caminhar, sentiu sede e ao aproximar-se de um lago, descobriu a beleza. A dúvida foi mais fácil ainda, pois a encontrou sentada sobre uma cerca sem decidir de que lado se esconderia. E assim foi encontrando a todos.

O talento entre a erva fresca, a angústia em uma cova escura, a mentira atrás do arco-íris (mentira, estava no fundo do oceano) e até o esquecimento, a quem já havia esquecido que estava brincando de esconde-esconde. Apenas o amor não aparecia em nenhum local.

A loucura procurou atrás de cada árvore, em baixo de cada rocha do planeta e em cima das montanhas. Quando estava a ponto de dar-se por vencida, encontrou um roseiral. Pegou uma forquilha e começou a mover os ramos, quando no mesmo instante, escutou-se um doloroso grito.

Os espinhos tinham ferido o amor nos olhos. A loucura não sabia o que fazer para se desculpar. Chorou, rezou, implorou, pediu perdão e até prometeu ser seu guia. O amor, então, concordou com o oferecimento da loucura e, desde que pela primeira vez se brincou de esconde-esconde na terra, O amor é cego e a loucura sempre o acompanha."
(Anônimo)

P.S2: Faz hoje 11 meses que eu e meu namorado estamos juntos, obrigada por me dar o seu amor! Eu te amo muito meu porto seguro, a beizus ♥

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